quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cantarolando

O calor torna-se quase insuportável.
Abro o armário, quero vestir algo leve,
algo que leve o peso que sinto em minha alma.
Falta-me a calma, tantas vezes praticada,
mas, neste momento, esquecida.
Falta-me a alegria do sorriso infantil,
que deixei lá atrás num certo dia de abril.
Falta-me a gentileza de acolher os tristes
e proporcionar-lhes momentos felizes.
Falta-me a coragem de dizer-me fraca,
e o medo para novamente te-la.
Falta-me soltar os grilhões que me oprimem
e voar em busca de novas aragens.
E assim permaneço em pé, frente ao armário.
E ele grita, pega logo uma veste e me fecha.
Ora, coisa inanimada, não vês que estou indecisa?
Pega qualquer uma, que importa?
E por favor fecha essa porta.
Insisto em deixá-lo aberto, preciso escolher,
com que roupa eu vou...com que roupa eu vou...
Lembro do samba, mexo e remexo os pés.
Já sei, vestirei um vestido estampado,
de verde, vermelho, azul, branco, amarelo.
Pronto, agora, falta-me apenas, simplesmente,
abrir a boca e cantarolar: Esse Brasil, lindo
e trigueiro, é meu Brasil, brasileiro, terra de
samba e pandeiro...Brasil...prá mim...
Fecho o armário e com samba no pé,
minha alma se alegra, e posso sair por aí,
com um violão debaixo do braço, a fazer
gente feliz... Cantar , ainda é o melhor
remédio, sábio povo que o diz!!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sentindo o Natal

Nesta tarde quente de novembro,
pego-me a pensar, sobre dezembro.
Mês das festas, das comilanças,
dos presentes, das crianças,
de velhas crenças, antigos hábitos,
que ainda repetimos, talvez porque
em nós habitam.
Parece às vezes ser obrigação,
a reunião, os abraços, as lembranças.
Remeto-me à infância, aquela pureza
gostosa de pensar no gorducho de
brancas barbas, que nunca podia ser
visto, para não perder o encanto
que os adultos nos descreviam.
Se a mesa era farta, nem ligavamos,
queriamos era ver o que o bom velhinho
dessa vez deixara.
Seria o que pedira, ou surpresa quem sabe?
E um sininho tocava, no presépio uma criança,
era colocada, e ouviamos, Êle nasceu, o Menino
Nasceu, chama-se Jesus. Pensava-se Jesus,
nome gostoso de falar e a imagenzinha do
pequenino dava vontade de pegar e ninar.
Mas, hoje, presépio...não existe mais...um
ou outro talvez...
O bom velhinho, mutiplicou-se, está em todos
lugares, muito antes daquela mágica noite.
E as crianças? Algumas ainda são estimuladas
a crer nessa fantasia, tão gostosa e tão saudável.
Mas aquelas cujo desejo de ganhar do bom
velhinho, mesmo que seja, um carrinho já até
usado?
Ah! Como eu queria ter uma varinha mágica
e poder fazer que em cada casa o bom velhinho
fosse, o tal Papai Noel, levando brinquedo
novo, e em cada lar, ainda existisse, o olhar
para Aquele Menino chamado Jesus.
Assim poderiamos realmente, voltar a chamar
o tal acontecimento, as festas, as comilanças
de feliz nascimento e de realmente um Feliz Natal!