segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O anjo de cara suja

Leve chuvisco caia...
Apertei um pouco meu casaco,
não podia resfriar-me.
Continuei andando para
o rumo onde ia...
Parei, no entanto, ao ver
um vulto pequeno, remexendo
uma lata de lixo.
Aproximei-me por curiosidade.
Quem estará, nesta noite chuviscosa,
véspera de Natal, nessa mexida?
Foi quando o vultinho virou saltitante,
alegre, feliz, segurando algo que
encontrara.
Ao deparar-se comigo, disse:
Olha, moça, o que eu achei!!!
E olhando, ví uma carinha suja,
o narizinho escorrendo,
um leve casaquinho esfarrapento,
e duas mãozinhas igualmente sujas,
segurando algo...
Olhei mais perto...Ela disse: Não estás
vendo, é uma bonequinha de pano,
tudo o que eu queria! E continuou:
Papai Noel, coloca o que a gente pede,
em cada lugar estranho!
Quando percebí, estava ajoelhada,
abraçada a essa criança.
Nós duas chorávamos, ela, de contentamento,
eu, de espanto, tristeza e aperto no peito.
Ela olhou-me e disse: Onde Papai Noel
colocou o seu presente? Você já achou?
Movimentei a cabeça com afirmação e
com muita emoção , disse-lhe: Aquí!
Aqui? Também? E qual é o seu presente?
Já meia ensopada pela garoa e pelas lágrimas,
respondí: Você!
Eu? Sim, você doce criança, para ensinar-me
a crescer!!!
Ora, você é bem crescidinha!
Só de tamanho, querida, só de tamanho.
Minha alma , perto da sua, ainda é pequenininha.
Ela olhou-me interrogativa e , então, acrescentei:
Mesmo que não me entendas, prometa, que sempre
guardará esse coração alegre e saltitante, porque,
um dia, já crescida, por certo, irás, encontrar,
seu presente, guardado numa caixinha dourada,
e quando abrires, verás refletida num espelho,
a maravilhosa moça que te tornarás e ao teu lado estará,
uma boneca de pano, que hoje encontrastes em um lugar
estranho, que Papai Noel deixou.
E, por favor, quando isso acontecer, reze uma prece
para mim, e eu sorrirei ao lembrar, que este
foi meu melhor Natal: Aprendi que mais vale o
encantamento do coração do que ser fulana de tal.
Beijei-a e o anjo se despediu...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Mal ou bem de artista?

Sinto ter mesmo alma de artista.
Acordo zoada, tudo me aborrece,
tudo me entristece, num entendo
nada...
É aflição, é angústia, uma misturada.
Fico zanzando de lá prá cá,
de cá, prá lá, sem me encontrar.
De repente, algo, dentro de mim,
acontece, desaguo a escrever,
tudo o que sinto, sem vontade
de parar...
E aí, tudo vai se acalmando,
por algum tempo,
até começar ...tudo de novo!!!

Enfim...

Às vezes sou mar encapelado,
ondas rebeldes que se atiram
em pedras ou
sou rio que corre, devagar,
sabendo que seu destino é o mar.
Às vezes sou brisa leve, tocando
bem de mansinho um rosto
com muito carinho.
Às vezes sou chuva fina, que escorre
pela vidraça, trazendo choro nos olhos,
de quem está em desalinho.
Às vezes sou gargalhada, alta forte,
de alguma palhaçada, que me lembro,
por ter dado bela escorregadela.
Às vezes sou refúgio de quem procura
alguém que possa entender o que
se esconde dentro dela.
Várias vezes preciso de alguém
que me segure no colo para que eu possa
ser criança e chorar, sem
vergonha de ninguém.

Companheira fiel

Seus olhos miravam e enxergavam,
mais do que viam.
Como conter, então, o que seu coração
sentia de prazer pelo que via?
Inventou um jeito de levar consigo,
coisas que marcavam e que teria
de deixar.
Colocou a máquina no prumo
e começou a fotografar.
E daí surgiu uma enorme paixão,
que nunca mais quis largar,
a cúmplice amiga, silenciosa e criativa,
companheira inseparável de todos os
lugares em que vai...

Santa Infância

Pergunto-me, porque nesta época,
onde há tanta festa, dá certa melancolia.
Fico a pensar, onde deixei, então minha alegria,
dos tempos de Natal.
Com certeza nos tempos de criança, onde tudo era pureza,
inocência e muita crença.
Esperar até a noite chegar, era terrível,
o coraçãozinho ficava a perguntar: Ele virá?
Recebeu minha cartinha? Será que fui boazinha?
Ah! Santa Infância...que falta você me faz!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cantarolando

O calor torna-se quase insuportável.
Abro o armário, quero vestir algo leve,
algo que leve o peso que sinto em minha alma.
Falta-me a calma, tantas vezes praticada,
mas, neste momento, esquecida.
Falta-me a alegria do sorriso infantil,
que deixei lá atrás num certo dia de abril.
Falta-me a gentileza de acolher os tristes
e proporcionar-lhes momentos felizes.
Falta-me a coragem de dizer-me fraca,
e o medo para novamente te-la.
Falta-me soltar os grilhões que me oprimem
e voar em busca de novas aragens.
E assim permaneço em pé, frente ao armário.
E ele grita, pega logo uma veste e me fecha.
Ora, coisa inanimada, não vês que estou indecisa?
Pega qualquer uma, que importa?
E por favor fecha essa porta.
Insisto em deixá-lo aberto, preciso escolher,
com que roupa eu vou...com que roupa eu vou...
Lembro do samba, mexo e remexo os pés.
Já sei, vestirei um vestido estampado,
de verde, vermelho, azul, branco, amarelo.
Pronto, agora, falta-me apenas, simplesmente,
abrir a boca e cantarolar: Esse Brasil, lindo
e trigueiro, é meu Brasil, brasileiro, terra de
samba e pandeiro...Brasil...prá mim...
Fecho o armário e com samba no pé,
minha alma se alegra, e posso sair por aí,
com um violão debaixo do braço, a fazer
gente feliz... Cantar , ainda é o melhor
remédio, sábio povo que o diz!!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sentindo o Natal

Nesta tarde quente de novembro,
pego-me a pensar, sobre dezembro.
Mês das festas, das comilanças,
dos presentes, das crianças,
de velhas crenças, antigos hábitos,
que ainda repetimos, talvez porque
em nós habitam.
Parece às vezes ser obrigação,
a reunião, os abraços, as lembranças.
Remeto-me à infância, aquela pureza
gostosa de pensar no gorducho de
brancas barbas, que nunca podia ser
visto, para não perder o encanto
que os adultos nos descreviam.
Se a mesa era farta, nem ligavamos,
queriamos era ver o que o bom velhinho
dessa vez deixara.
Seria o que pedira, ou surpresa quem sabe?
E um sininho tocava, no presépio uma criança,
era colocada, e ouviamos, Êle nasceu, o Menino
Nasceu, chama-se Jesus. Pensava-se Jesus,
nome gostoso de falar e a imagenzinha do
pequenino dava vontade de pegar e ninar.
Mas, hoje, presépio...não existe mais...um
ou outro talvez...
O bom velhinho, mutiplicou-se, está em todos
lugares, muito antes daquela mágica noite.
E as crianças? Algumas ainda são estimuladas
a crer nessa fantasia, tão gostosa e tão saudável.
Mas aquelas cujo desejo de ganhar do bom
velhinho, mesmo que seja, um carrinho já até
usado?
Ah! Como eu queria ter uma varinha mágica
e poder fazer que em cada casa o bom velhinho
fosse, o tal Papai Noel, levando brinquedo
novo, e em cada lar, ainda existisse, o olhar
para Aquele Menino chamado Jesus.
Assim poderiamos realmente, voltar a chamar
o tal acontecimento, as festas, as comilanças
de feliz nascimento e de realmente um Feliz Natal!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Olhar

Os ponteiros já se beijaram,
passa da meia noite...
Tento ir para a cama,
não consigo, algo me chama.
É vontade de não sei do que,
nem porque, nem para que...
Será?
Agora, sinto meu coração,
dizer: saudades,
de tempos de outrora,
que agora, não voltam mais...
E se voltassem, o que faria?
Seriam iguais?
Não, diz minha razão,
meu coração contraria,
por certo, darias um jeito,
de que aquele olhar,
jamais fosse desfeito.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Criando mundos

Deito-me em pensamentos,
viajando em mundos que crio.
Mundos que ando nua
sem pressa, sem agonia.
Mundos que me pertecem,
faço o que quero , só alegria.
Lágrimas são adubos, fertilizando
amor no coração.
Só amores presentes, ausentes
já se foram, não existem,
nem deixaram raizes,
muito menos cicatrizes.
Mundo cheio de matizes,
que espalho pelo corpo,
sou flor, árvore,
pássaro, fera, bicho,
montanha, campos verdejantes,
violino,tango, violão e samba.
Saia rodada, pés no chão.
Mãos na cintura, dançando baião.
Tudo tem seu tamanho,
tudo inspira, nada faz dano.
Mas, afinal, quem sou nesse mundo?
Deusa poderosa, honrada, nobre?
Imagine, só em pensamento,
ausento-me assim do concreto,
da realidade do todo dia,
quando por necessidade,
na realidade, se usa a razão,
que sufoca e prende a emoção.
Nesses momentos, minha alma se solta e se torna,
simples camponesa em tardes de verão.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sentimentos da Estação

Olhei pela janela para cumprimentá-la,
mas o dia chuvoso não me permitiu ve-la,
que judieira...tão linda...tão esperada:
Pelas árvores verdes, para lhe darem colorido,
pelos passarinhos alegrarem-se em seus ninhos.
Para que eu volte a ter sonhos lindos.
Fecho , então, os olhos para imaginá-la.
Vejo o girassol querendo erquer-se orgulhoso.
O lírio vestíndo traje branco pomposo.
A rosa abrindo-se para alguém ofertá-la
cheinha de carinho amoroso.
A orquídea delicada aguardando cautela ao ser regada.
A trepadeira ansiosa esperando o aviso: suba, cresça.
A roupa leve solta, gritando do armário:quero sair!
A relva fresca ensaiando pintar-se de esmeralda.
Cores do arco-íris insistindo
esparramarem maravilhoso porvir.
Abro os olhos: a chuva continua a cair...
Minha primeira reação... ficar triste,
mas logo mudo o meu sentir,
importante é que ela existe,
seja hoje, ou amanhã, bonita ela virá,
meu desejo e sonho, não nego,
quisera que todos os dias fossem primavera!
E você, o que sentirá?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pequena Grande Senhora

Ela nasceu gorduchinha,
belezura, fofura!
Primeira filha, de uma
carreirinha de mais quatro,
todos homens.
Só ela, mulher.
E para confirmar a força
desse gênero, número e grau,
desde a adolescência,
começou sua peregrinação,
de guerreira.
Despediu-se da mãe aos quatorze anos,
tornando-se "responsável", pelos
moleques que ficaram órfãos,
assim como seu pai, viúvo,
inconsolável, pois casara-se
realmente por e para um grande
amor, que o tempo não perduou
e levou cedo demais.
(os amores verdadeiros, parecem ter essa sina)
E assim ela foi caminhando pela trajetória
de sua vida, sem saber o que
e o quanto ainda sofreria.
Seu irmão caçula, que tanto amava,
e que forte afinidade os atava,
também se foi, aos dezoito anos.
Apaixonou-se pela primeira vez,
intensamente, mas no tempo
em que só o olhar poderia declarar
a quem corpo e coração queria se entregar.
Seu amor não aceito pela familia,
deixou-lhe outra cicatriz.
O que aliviava era o seu canto de canarinho
acompanhando seu pai com o cavaquinho.
Casou-se cedo, teve a primeira filha.
Seu marido também jovem, mas muito letrado,
pouco entendia o que deveria fazer para ser amado.
( parece que o tempo passa, e algumas coisas não mudam)
Depois de muitos anos, teve a segunda filha.
Todas de parto normal, em casa, era assim,
que o nascimento acontecia.
Seu marido continuou crescendo na literatura,
ela, nas lidas da casa, das filhas, nunca mais cantara.
Um dia, descobriu que êle a atraia,
seu peito ardia, mais uma facada.
Mas sua fibra, tornou-a ainda mais forte,
mudou de ares com suas filhas,
foi para outra cidade,
e sabiamente com discrição,
escondeu a traição, dizendo,
que a mudança era para a saúde
da caçula e melhoria do pai,
numa cidade do interior,
para deles melhor cuidar.
Os anos passaram-se...
Todos da familia, indiscriminadamente,
foram por ela ajudados, com palavras,
com carinho, com doações financeiras,
ninguém jamais foi preterido,
inclusive a familia do marido.
Êle casou-se novamente,
( os homens não conseguem sobreviver sozinhos)
ela não mais casou.
Com toda a garra e coragem, a sociedade enfrentou.
Participou dos nascimentos de todos os sobrinhos,
e netas.
Para ela não havia tempo ruím, não importava,
se fosse verão, inverno, outono ou primavera,
lá estava ela assistindo a tudo e a todos.
Formaturas das netas, nascimentos de bisnetos.
Um por um de sua familia ancestral, foram
daqui se despedindo, ela não perguntava,
não precisava, ela sempre sabia.
Certa vez teve um esgotamento nervoso,
claro, era humana, mas dele recuperou-se,
pois sabia que muitos ainda dela precisariam.
Um dia, teve uma isquemia, não podia mais
andar e conformou-se em não poder continuar
andarilha, mas continuava lúcida, enérgica,
com ela não tinha mentiras, a tudo adivinhava.
Ficou assim, aceitando essa contigência da vida,
sem nunca reclamar, ao contrário, a enorme fé
que possuia, todos os dias punha-se a rezar,
como sempre por todos...
Quando sentiu que havia já um chamado
Superior, começou a preparar-se...
Sua energia pouco a pouco se esvaia...
Então, próxima de tua partida desse estágio,
pediu para ouvir músicas, que a levavam às
memórias mais queridas, as canções que mais cantava.
E ontem adormeceu aqui e amanheceu em outra
dimensão, onde todos a esperavam, pois da caminhada
era a unica sobrevivente da parentada.
Pequenina, grande senhora Luizinha,
é hoje uma estrelinha, com tua varinha de bruxinha.
Mãezinha, amada, sei que feliz estás em outra morada,
aceite esta homenagem de tua filha que sempre te amou,
e por tí teve o carinho que precisou e também por tí foi muito amada.
Piscarei para tí todas as noites ao olhar para o céu.
E durante o dia tentarei imitá-la pelo exemplo que deixou.
Obrigada!!! Te amo! Tanto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Só tenho dois pedidos: Por favor, entenda se rolar, às vezes,
de saudades o meu pranto!!!E dê um beijo no safadinho do papai!!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Despertando

Ela sentia-se um tanto feliz,
até estranhou...há algum tempo
isto não acontecia.
Com o tempo passou a sentir
algo diferente...sua alma já não
conseguia ficar tão contente.
No fundo começou a perceber...
No dentro uma voz lhe dizia:
Vais começar tudo outra vez?
Vais colocar teu barquinho
de papel num lago pensando novo?
Cuidado, pode se machucar de novo!
Ela ouvia e não aceitava.
Enganava-se pensando ,desta vez,
estás errada!
Pura verdade, como é sábia a sua alma!
Resolveu conferir e viu tudo igual,
nada mudara,
Talvez o nome, talvez a cara.
Que pena, que judieira, não dela,
mas dos que pensam que sabem
muito sobre tudo...
No entanto, deixam-se levar,
pelas oportunidades,
pelo prazeres do mundo,
pregando amores pelas vielas
pelas esquinas.
Assim, levam a vida...
Até que a vida os leve,
sem saberem onde estão!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Amor

O Amor veio visitar-me e sussurou,
para bem da verdade, quase gritou:
Ames a todos, a ninguém em especial.
Tenhas-me sempre no seu dentro.
Sou pleno, único, sou universal.
Não sou sentimento, que acaba
veloz como o tempo.

Ó Amor, quanto me enganei,
quanto em vão chorei,
quanto raiva passei,
em tantos acreditei,
então, errei...

Venhas, dou-te abrigo eterno.
Sinto, és terno...
Será que mereço?
Tens preço que posso pagar?
Ora, ingênua criatura,
não me trate como escultura.
Sou vivo, sou presente, sou infinito.
Vamos, queira-me, vejas quanto
sou puro ...não tenho fim...sou espírito!
Desta noite em diante, me preparo,
para receber do Universo,
o Todo mais raro,
lembrando Dante com a visão de Deus
em pessoa :"Não é apenas
uma imagem ofuscante de luz gloriosa,
mas Ele é, acima de tudo, l'amor che
move il sole e l'altre stelle...L'amor
che tutti move!!!

Coração mentiroso?

O que me irrita é ser
chamada de mentirosa,
por gente que desdiz o que disse,
e diz que não disse, o que com
absoluta certeza, sei que disse.
Porque esse medo, essa fuga?
Que idiotice, ora, se disse,
disse, pronto, deixemos
de criancice, se naquele
instante o coração gritou alto,
ora deixa o coitado sem sobressalto,
ser honesto, ele é livre,
pensamos que nele mandamos,
puro engano, quando vemos,
ele já está aprontando.
O meu ,por exemplo, não mente,
apenas, às vezes, se engana.

Trova

Deixamos certa horas sermos gangorra.
Ora estamos lá em cima felizes,
depois lá embaixo bem tristes.
Que brincadeira boba e estranha.
Desisto desse brinquedo,
quero ser trem fantasma,
passeando no escurinho,
com gritinhos,
enquanto você me abraça.
Ah! aí tem graça!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Coração poeta

Poetizo o que sinto, sem qualquer estranheza.
Alguns dizem insana, outros pobre romântica.
O importante é que o meu coração sente...
Imensa delicadeza.
Assim continuo, caminhando nos pedaços
que ele cria, sua semântica.
Sorrio, choro, amo, brigo, esperneio,
e daí? Nesse mundo desumano,
coração vai batucando,
e eu me encantando.
Quem sabe, outros também,
se alegrando e se encontrando,
porisso continuo indo...além...Amém!

Soprando pensamentos

Piso no freio dos meus pensamentos.
Preciso acelerar outros mais alegres.
Eles resistem, porque gostam de me ver triste.
Cruéis, enganadores, me deixam cheia de dores.
Piso novamente com muito mais força.
Conseguí, agora, eles se esvaiem com a
fumaça do incenso que acendí.
Medito, mente vazia, corpo leve,
leve-me para a natureza,
ouvir a correnteza,
do riacho que sorrí
para a pedra que banha,
para o pássaro que canta,
para as margens que admira,
para mim que faço em tí,
meu batismo bem-te-ví.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pintura de hoje

Quero pintá-lo em minha tela,
com cores do arco-iris.
Vermelho oculto beijo.
Amarelo peles se encontrando.
Laranja tudo que almejo.
Azul roupa que irei despir.
Verde esperança do que está rolando.
Rosa planos do porvir.
Violeta joelhos agradecendo,
a delícia de estar amando.
Quando o quadro terminar,
colocarei acima da cama,
eterna cúmplice de quem ama.

A romântica

Se o romantismo acabasse,
o que seria de mim?
O que faria com as estrelas,
que piscam e me contam histórias,
para dormir?
O que faria com o mar,
que beijando a areia,
lembra seus lábios,
nossos beijos sem fim.
Onde poria tudo que ouço,
vejo, sinto desse mundo afora...
Se o romantismo acabasse,
onde estaria eu ...agora???

Vingança da natureza

O inverno permanece,
e minha alma entristece.
Olho a janela,
chorando molhada,
a fina chuva orvalhada.
As horas passam lentas,
como bruxa malvada,
a me torturar, porque
aqui não estás.
Acontece que sou danada,
quando o inverno se for,
e a primavera chegar,
tornar-me -ei flor,
então por certo me colherás,
e inebriado com meu perfume,
em meus braços cairás,
mas lhe direi baixinho:
Agora, esperes, o verão chegar.
Se o inverno passei sozinha,
a primavera quero só minha.
Vingança de sábia plantinha.

Mudez

Derramo pela calçada
humildes versos,
para quando passares,
poder quem sabe,
entender meus avessos.
Derramo pelas ruas
da cidade dormindo,
meus gritos mudos,
num infinito perdido.
Derramo minhas vontades,
nos lençóis amassados,
das noites insones,
cheias de saudades,
do teu corpo junto ao meu,
juntando pecados,
sempre absolvidos,
porque saber amar
é rolar, é penetrar no mundo,
no conhecimento profundo,
de dois mudos,
aprendendo a falar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Trova

Nossa, hoje preciso de tí.
Pensando bem, do mesmo jeito que ontem.
Será que amanhã também?
Hum...
A equação é...quando vens?

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Consolação

O ar é poluído, mas até acho lindo,
quando penso que respiramos o mesmo
ar, então sorrio...
O frio é cinzento, mas quando penso e
acho graça, que do mesmo jeito estás,
esfregando as mãos com cara de pirraça.
A água mesmo morna, ás vezes fica fria,
torno a rir pensando que podes estar fazendo
caretas igual as minhas, quando no banho,
o corpo todo arrepia.
Esse é um soneto consolado, por não ter-te
ao meu lado, para viver essas gostosas
e inebriantes fantasias sim, mas nunca vazias,
porque são tuas , então, são minhas.

Amada realidade

Hoje, ela contou-me que parecia
haver sonhado, um sonho desejado:
Alçar vôo...que felicidade!
Abriu os olhos lá estava no alto,
erguida pelos braços de Apolo,
amada realidade!
E deu-me , então, um conselho,
nunca desista de sonhar...
Um dia, ou uma noite,
quando displicente estiveres,
também conseguirás,
desmanchar-se em amores,
ser bendita, entre as mulheres,
fostes escolhida para voar,
com seu Apolo para o Olimpo e...
amar...amar...amar...ama...am...a.....!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mergulho

O dia cinza deita em mim nostalgia.
Desgosto essa cor indefinida.
Branca é paz, preta é luto.
Cinza é o que? A mistura...
Então visto azul, da cor do céu.
O céu está cinza...
Não vou sair,
vou esperar a noite chegar,
esparramar em você toda essa cor,
tornando-o mar, mergulhando
meu corpo em teu amor.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Conectando

Olho o relógio, voltou a funcionar.
E as horas passam, passam, céleres.
E eu no presente, anseio o futuro
que inda virá...?
Mas, então, falastes alhures?
Estavas tão confusa naquele momento.
Sim, mas despertei no dentro
a vontade de que tudo mudará,
seja no presente,para o futuro,
algo me diz que não importam
o relógio, as horas, o tempo.
O que realmente importa,
é o tão falado, poetado coração,
ouví-lo com calma, sem agitação,
crendo que nele mora a sabedoria,
que a pretensiosa razão não explica,
mas se acreditas, saberás a hora,
que o presente será futuro,
pois o tempo estará maturo
E aí colherei delicioso fruto.

sábado, 15 de agosto de 2009

Desconectando

Olho para o relógio,
as horas passam lentas.
Horas que marcam o tempo.
O tempo presente, pressente o futuro?
E o futuro quem marca?
Futuro tem marca, onde?
Onde ver essa marca?
A marca está no presente?
E se mudar o presente?
Mudo o futuro?
E se não mudo o presente?
No futuro permaneço?
Onde? No tempo, onde se esconde?
Tempo do futuro?
No presente? Então mudo...
O que , no que, quando?
Não interessa, simplesmente mudo,
e aceito todo e qualquer absurdo!
O relógio pára...eu ando!
As horas, agora, inexistem...
Caminho no presente,
construo o futuro que desconheço,
no tempo ao qual não pertenço.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A espera

Ela resolveu imitar a natureza,
imitar? Ser o que já é...?
Ao chegar o outono, vestiu-se
de folhas alaranjadas...
No inverno recolhe-se,
meditando suas jornadas.
Neste momento, olha para o relógio,
torce para que o tempo voe.
Move-se dentro dela um turbilhão
que promove a espera...
Então, começa a preparar-se,
escolhe neste ano, ser rosa,
linda, aveludada,com alguns espinhos
que a defendam, quando for preciso.
Ela anseia, pede, exclama;
Chegue logo...primavera!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Convite

Hoje embarcarei num navio
que batizei de Quero.
Singarei por mares dantes nunca
navegados, ou já navegados,
quem sabe...
Quero mesmo é navegar,
conhecer outras terras,
ver o horizonte, beijando o mar.
Ao leme para conduzi-lo,
convidei o Amor, em todas as nuances,
formas individuais e universais.
Há cabines já reservadas:
para a esperança,
para o desapego,
para a paciência,
para a compaixão,
para a humildade,
para a honestidade,
para a simplicidade,
para a prosperidade,
para o perdão.
Haverá baile de gala,
todos os convidados dançar irão
com o comandante Amor,
a valsa da felicidade.
Quem quizer vir, apresse-se,
há apenas uma exigência,
entrar no navio por inteiro,
conjugando o verbo querer no presente
do indicativo, eis o grande motivo.
Na minha reservada , ficarei com quem
sinta o que quero.
Daqui a pouco zarparemos, a âncora já está suspensa,
venha, essa viagem é transformadora,
tornará sua vida muito mais encantadora.

Quero

O relógio maldoso mostra as horas.
O coração acelera ao ve-las passando.
O sol aparece para esquentar meu pranto,
que teima em cair por tão longa espera.
Pára relógio, pára tempo, veem
minha dolorosa agonia?
Percebem que tiram minha alegria?
Deixem-me sonhar quimeras, bobagens,
fantasias, tudo importa.
Deixem-me sentir que mesmo que o tempo existe,
ninguém tem direito de ver-me triste,
e mesmo que seja só por hoje, eu acredite,
que tudo é possível e tangível,
tendo coragem de soltar-me ao mundo
gritando sem vaidades:Quero e mereço tudo!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Momentos

Há momentos intensos, especiais
que faltam palavras, pincéis, cores
para definir o que a alma
não quer que acabem jamais.
Momento de ternura, olhares mansos,
toques leves, cumplices silenciosos.
Há momentos que deveria se possível,
serem gravados em mármore,
graça preciosa do implacavel tempo.
Momento sem arrependimento,
doce lembrança que pelos lábios
encharcam como chocolate quente.
É assim que meu pensamento vagueia agora,
buscando com saudades aquela hora,
que esse momento se fez presente,
embora tão ausente...

domingo, 9 de agosto de 2009

Conselho

Os olhos embaçam propositadamente,
recusam a ver a realidade presente.
O coração oprime deliberadamente.
O corpo encolhe amedrontadamente,
enquanto a mente produz impunemente,
pensamentos cruéis sofregamente.
Terei salvação neste momento,
algo que alivie atróz tormento?
Sim, diz minha alma calmamente:
Aspire o perfume de tua essência
e reencontre tua sã inocência.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ai, saudade!

A saudade é coisa tola,
de gente que não tem o que fazer.
Se tivesse não ficaria se torturando,
pensando no beijo que não aconteceu,
na noite que sozinha adormeceu,
na comida sem gosto,
peito cheio de desgosto,
pés soltos no final da cama,
dois agora, antes, quatro,
o tal...o tal... sacana,
do qual quebrou o retrato,
da música embalando o corpo,
juntando-se lentamente ao outro.
Saudade é coisa tola,
de gente que não tem o que fazer,
como eu neste instante, escrevendo
toda essa mentira, com olhos
embaçados com meu pranto,
da saudade que sinto,
de tudo isso...
Só não sente saudade,
quem mente ou
quem não sabe amar de verdade.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Meditando

Fecho os olhos e mergulho
no meu dentro.
A princípio nada vejo,
a escuridão se faz presente.
Fico quieta, impassível,
rosto quase cerado...
Não consigo, entretanto,
controlar o coração acelerado.
A ansiedade vai tomando conta
de todo meu corpo, sem pedir licença.
Inspiro e expiro uma, duas, várias vezes.
A calma não vem, só lágrimas caem
no árido chão que apoia meus joelhos.
Meu dentro, meu dentro...escuro.
Continuo tentando, quero entende-lo,
um pouco pelo menos.
Uma luzinha começo a enxergar...
O que? Pedras coloridas? Folhas
outonais? Montanha nevada.
Sinto frio, muito frio.
Surgem flores, várias formas,
vários tamanhos, parece primavera.
Madeiras tripidam fogo.
Começo a arder, será febre?
Frio de solidão, febre de amor?
Retiro do meu corpo minhas vestes,
cubro-o com as folhas outonais,
das pedras faço colares, muitos.
Atolo-me neles e nas flores em cordões.
Saio, agora, pelas ruas, cantando e dançando.
Alguns riem, outros se espantam, outros se calam.
Finalmente, solto alguns grilhões de minha alma,
começando a entender o que de mim tanto falam...
Meditando vou compreendendo meu dentro,
aprumando-me entre acertos e desacertos.
Abro os olhos, ao redor tudo igual...
a mudança só eu sinto e reconheço,
é avanço, sadio começo...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Aviso do coração

O coração é eterno aprendiz.
Não pensa para dizer, mas sente o que diz.
E lá vai na batucada da vida,
em cada batida, forte tambor,
ou leve tamborim, vai cantando
ou chorando, alegrias ou mágoas, assim:
Ame-me mesmo ignorante ou ingênuo,
mesmo traquina e malandro,
mesmo dando trabalho.
Preciso sentir-me amando e amado,
para continuar batendo e você vivendo.

Canto de alerta

Hoje cantarei um canto triste,
como pássaro que em vão procura
seu par, por entre folhagens, galhos,
muros, ninhos, campos floridos ou agrestes.
Hoje cantarei um canto triste,
como o rio caldoso que virou filete de água,
por que a seca chegou.
Hoje cantarei um canto triste,
como dançarina que perdeu as sapatilhas,
e naquela noite não dançou.
Hoje cantarei um canto triste,
como aquele dia chuvoso que
êle despediu-se dela e nunca mais voltou.
Hoje cantarei um canto triste,
como clamor aos que ainda insistem,
em achar que paixão é o mesmo que amor.
Paixão chega, queima ardente, mas vira cinzas
e com o tempo se desfaz...
Amor não queima, chega devagarinho,
vai tudo iluminando e nos dá, por fim,
o verdadeiro milagre da paz...

sábado, 18 de julho de 2009

Pedido

Eis que ele aparece...
Como sempre reluzente e belo,
majestoso, ardente.
Dou-lhe meu corpo por inteiro:
Venha banhar-me, peço-lhe clemente.
E ele, fazendo-se difícil aparece
e se esconde...
Como podes ser assim tão maravilhoso
e ao mesmo tempo...maldoso!
Mísera mortal, não vês que sou um deus?
A mim, tens que reverenciar,
se me queres a te iluminar.
Tú vencestes, venhas quando queiras,
mas venhas...não deixe mais meu corpo
congelar...deus apolo...sol dos mortais.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Uma tarde

Fecho os olhos, preciso criar recantos,
com arbustos verdes, flores multicores.
Preciso criar sonhos doces de acalanto,
para chamar meus amores,
espalhados por quatro cantos.
Ei de chamá-los, se virão não sei,
se lembrarem, talvez,
não importa, também não os guardei,
apenas, quero , agora, ve-los outra vez.
Caprichosa, sim, por que não?
Vaidosa, sim, me acharão.
E daí? Gargalho essa idéia,
que a outros pode ser loucura,
para mim, apenas, fantasia
de mulher menina que procura,
inventar algo mais interessante,
numa tarde que se faz maçante!

Frio intenso

Esse frio insuportável,
gela meu corpo,
esfria minha alma,
deixa-me amarga,
tira-me o amável,
tira-me o encanto,
joga-me ao canto,
torna-me instável.
Faltando o dourado sol,
curvo-me feito girassol,
encolhida no silêncio,
escuto o assobio do vento,
a torturar-me o peito,
que embora no leito,
não encontra nenhum feito
de braços que me esquentassem
e por certo me libertassem,
desse insuportável frio de fora,
mas muito mais intenso,
no dentro...!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Bordados

Ontem fiz lindos bordados,
borboletas azuis voando,
passarinhos se beijando.
Dormí feliz.
Hoje, acordei irritada,
mal humorada, fociverando.
O que aconteceu, perguntei aflita:
Afinal, ontem meus dedos teceram,
coisas lindas, para o meu presente...
Ó que tristeza, alguém inconsequente,
enquanto eu dormia inocente,
desfez meu ontem e hoje estraga meu dia.
Preciso guardar melhor meus bordados.
E no silêncio da noite acalentá-los.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mulher selvagem

Tiro do armário uma saia.
É rodada toda bordada.
Parece colchas de retalhos.
Descalça solto passos
para correr por atalhos,
ao som de um tambor,
que chama para uma roda,
roda de vida, roda animada,
roda que instiga, roda que roda.
E rodando levo minha saia,
pelos campos, pelas praias,
tudo faço, tudo importa,
e sedenta de minha origem,
solto uívos que se espalham.
Fogueiras iluminadas,
me aquecem e me enlouquecem,
soltando por fim, tudo que eu queria,
a linda liberta mulher selvagem.

Repintando

Pego a paleta, está cinzenta,
há muito não usada.
Cores misturadas ... indefinidas.
Tento limpar, mas está tudo ressecado,
passou tempo demais,
sem uso... encostada.
Coloco cores novas em cima,
das misturadas.
E na tela em frente,
bem displecente jogo pinceladas,
azuladas, vermelhas, laranjas,
verdes, violeta, rosa, amareladas.
Cada qual longe e outras bem perto.
Ao terminar, admiro o quadro pintado,
lá está tudo um pouco, de pouco tudo.
Passado, presente e futuro, se misturam.
Sinto-me bem...derramei o que passei,
faço ondas com várias cores no presente e o futuro...?
Ah! o futuro...deixei verde,
é que ainda plantarei no hoje,
suas sementes.

Bordando o Hoje

Não sei se choro ou gargalho,
preciso tirar o entalo que em
minha garganta cresce.
Que entalo é esse de que tanto falo?
Amor mal resolvido, saudade do que
pensei ser e não era?
Dentro de mim algo me diz:
Porque não parás de indagar?
Viva, o agora apenas, depois verás,
o choro limpar sua alma,
o entalo dissolvido,
alegrará seu coração,
soltando por fim,
contido grito:
Quero-me assim ,
assim, pensante, tola,
romântica, confusa,
alegre, triste,
chorona, risonha,
dependente de meus anseios,
independente de meus alheios,
e que se danem meus medos,
vou com eles conviver,
aprendendo que o amanhã,
virá, pior ou melhor,
dependendo dos bordados
que hoje faça em meu viver.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Quem me dera

Ah! Quem me dera correr mundo,
subir cordilheiras, descer corredeiras,
rolando montanhas brancas ou verdes.
Colher tulipas, calçar tamancos,
embebedar-me de vinhos,
tintos, brancos, rosé.
Valsar em bosques,
com toques de balé.
Quem me dera correr mundo,
encontrar tigres, alces, lobos,
e rir de tudo, de quase todos,
mas, principalmente dos que acho tolos.
Quem me dera, que fosse hoje,
linda noite de primavera.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mutação

Bom mesmo é soltar-se,
ao sabor do nada, que traz tudo.
Sem sair do lugar,
dar volta ao mundo.
Girando, girando,
saboreando, saboreando,
o que está acontecendo,
mesmo que seja um segundo.
Bom mesmo é desprender-se
das amarras que vamos
dentro de nós construindo,
parando de lamentar
que não conseguimos,
o que dentro de nós já possuímos.
Que cegueira algoz,
Como podemos ser conosco,
tão feroz?
Quem irá amar alguém
que se olha no espelho
e não vê a essência linda
do seu dentro,
ficando encolhida,
pensando na lida,
chorando da vida,
não conseguindo se amar?
O Universo, torna-se
terrível espectro,
nada poderá lhe doar,
e daí não adianta chorar,
o que resolve é mudar,
o pensar, o sentir e o olhar!

Entrega

Pega-me em teus braços,
não peça licença,
minha timidez talvez o impeça.
Rodipie meu corpo no teu,
relembre o que ele esqueceu.
O tempo de sonhar
novamente voltou.
Quero deixar-me ao sabor
dos desejos, dos ensejos,
soltando-me sem medos.
Dormir saciada,
acordar amada.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Refletindo

Ela nasceu bonitinha,
dizem até, bem gordinha.
Era engraçadinha,
parecia até linda bonequinha.
Alguns anjos dela se cercavam.
Um de cabelos brancos,
que corria encontrá-lo,
para ouvir embalos,
quando pegava o violão,
para nele tocá-los.
Para ela, era serenata,
enviada dos céus para encantá-la.
Um dia, ele se foi...
Que triste dia, como ela chorava.
Outro anjo, era severo demais,
tudo proibia, e a ela sufocava.
Não entendia nada e teimava,
em fazer as coisas que gostava,
e era só bronca que levava.
O terceiro anjo, ao outro acompanhava,
mais distante, mas também bronqueava.
Ela foi crescendo, ficando em altura,
maior que os dois que ainda queriam
nela mandar...
Mas já não conseguiam, ela queria
aprender a andar sozinha.
Quantos trambulhões, quantos
buracos caia, pois ia indo e
não os via...
O tempo foi passando,
ela tentando amadurecer,
querer mostrar que já sabia,
o caminho a escolher...
Os anjos, tentavam,
ver se conseguiam faze-la
aceitar, no que teimosamente
não queria acreditar.
E foi seguindo, o que pensava
ser seu verdadeiro caminho.
Valeu-lhe nesse primeiro caminhar,
uma linda fadinha ganhar,
de cabelinhos claros,
com fios amarelinhos,
que fazia seu coração cantar.
Mas entre risos, houve lágrimas,
e ela começou a lembrar,
o quanto não ouvira o anjo,
que apenas a protegia,
e no silencio suas amarguras sofria.
Quando isto compreendeu,
começou profundamente,
sua mãe amar.
O outro anjo, um dia adoeceu,
tanto peso colocou em suas asas,
infelizmente feneceu.
Ao cuidar desse anjo,
hora a hora, todos os dias,
começou a compreender,
o quanto por sua infelicidade temeu,
e profundamente, amou
o pai que era o anjo seu.
Seguida essa perda,
pensou encontrar o caminho
no qual iria se realizar,
o que sonhara desde adolescente
ter um amigo , um confidente,
que pudesse crescer juntos,
material e espiritualmente,
sonhos sonhados juntos,
projetos concretizados,
sem brigas e sem atalhos.
Valheu-lhe nesse segundo caminhar,
outra linda fadinha ganhar,
cabelinhos da cor da graúna,
pele branca como a neve,
olhinhos de jaboticaba,
que adoçam quem olhar.
E ela começou a querer ser anjo
também, como foram seus pais.
E viu que a história era parecida,
incrível pensou: Como é a vida!
Suas fadinhas cresceram, criaram
asas,também voaram...
Querem caminhar sozinhas,
querem saber tudo, e o tolo anjo
tentando faze-las continuar fadinhas.
Ela (anjo) agora, tenta se conformar,
viver seu próprio mundo, adentrar
em sí mesma e perceber que de tanto
oferecer, acabou esquecendo como
é bom receber e agradecer...
Pode ser este o começo de uma nova história, talvez.
Não se importar com acertos ou com glórias,
Viver o presente gangorrando
entre loucura e sensatez...!

Observando

O mar quando bravio,
produz ondas imensas.
Meu espírito quando se inquieta,
produz idéias tensas.
O mar não posso controlar,
mas o espírito posso abrandar.
De que jeito?
Com a natureza ...
Observando-a, tentando imitá-la,
mesmo como limitados somos.
Ela é sábia, ela ensina,
nos resta querer aprender:
a macieira dá maçã,
já mais outra fruta,
porque, então, persistirmos,
mudar, o imutável?
Porque nos achamos inteligentes,
poderosos, capacitados.
Ah! que vã ignorância.
Estamos, então, com ela, competindo.
Como somos frágeis,
ela, sim ,poderosa...
Quem segura um vendaval,
quem tampa um vulcão,
quem domina um terremoto?
Pratiquemos a ciência
da limitação, só assim a compreenderemos,
e não nos desgastaremos em vão.
Mesmo que dominemos toda a enciclopédia,
é dela que sempre tiraremos a melhor lição.
Quem de nós consegue ser Flor de Lótus?
Ficar acima da lama e ser tão bela?
Quem sabe, se misturassemos tintas coloridas
em nossas mãos e jogassemos, sem intenção
em telas e mais telas apreciando
o que resulta dessa criação, sem conceitos,
nem pré conceitos, apenas acontecendo,
talvez viriamos que dentro de nós,
a natureza verdadeira e primeira,
poderá estar nascendo...
Ou quem sabe, imitarmos tufões,
furacões, vendavais, vulcões,
em ardentes palavras deixando
explodir em nossos escritos,
aliviando, por fim, nossos espíritos.
Para saber, é preciso querer,
fazer e luzir...
Tentar, gestar e parir !

Aviso amigo

Porque ela?
Porque prende-la a um tubo?
Ela gosta de liberdade,
não consegue ser dependente.
E agora?
Dizem que tudo serve de aprendizado,
o que será que ela fez de tão danado?
Será castigo?
Meditando sobre isto,
uma resposta vem-me ao juízo.
Ela precisava disso, por algum tempo,
era preciso...
Estava estagnada, desatinada,
e o seu dentro, esquecido.
Necessário acordá-la,
para retornar a criar,
talento que nesta vida,
foi-lhe concedido.
Este acontecimento,
está sendo apenas,
celestial aviso.

É possível?

Não é possível...
Ainda ontem lá estava:
Garbosa , altaneira, faceira.
Espalhava-se como queria,
sem licença espreguiçava.
Era tão gostoso seu entorno,
as energias se restabeleciam,
o cansaço passava,
dava vontade de ficar
abraçando-a, sem parar,
respirando lentamente,
sorvendo sua natureza,
deliciosamente...
O que aconteceu?
Não é possível...
Que grande perda.
Ninguém viu,
ninguém impediu?
Era altiva, mas indefesa...
Já não era jovem,
mas estava inteira.
Resolvi sair a procurar...
Eis que vejo um clarão,
aperto no coração,
é ela, virou fogueira.
Não acredito,
ainda existe Inquisição,
há inconsequentes
queimando inocentes,
eis o veredicto!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Trova

Guardo dentro de mim um cofre,
às vezes abro e tiro algo.
Se preciso uso, ou volto a guardar.
Contém segredos idos e vividos,
outros ainda a vivenciar...
Hum...a chave, onde estará?
Tantos lugares para procurar.
Eis uma pista...só a encontrará,
quem sentir onde ele está.

Trova

Cada um tem à sua maneira,
pensamentos, palavras, atitudes.
Quem serei eu para modificá-los?
Apenas um pequenino grão de areia,
tentando ser imensa praia...

Prece

Espanto fantasmas que me tentam.
Assopro sombras que me rodeiam.
Deixo minha alma sonhar.
Quebro paradigmas, preconceitos.
Sou espelho de mim mesma.
Parto meus pensamentos.
Formo mosaicos coloridos.
Construo com eles unguentos.
Curo do ontem meus ferimentos.
Afofo minha cama e me deito.
Solto livre meus sentimentos.
Orvalhado, meu corpo agradece.
Eis de todo dia, a minha prece.

Incógnita

Quero oferecer-te minha boca,
não para sofregos beijos.
Quero apenas umedece-la
do orvalho de ternura que possuo .
Quero tuas mãos entre as minhas,
balançando despreocupadamente,
como bem fazem as criancinhas.
Quero teus olhos fitando os meus,
e nossas íris conversando.
Quero tua mudez que diz tudo
em meu ouvido, apenas susurrando.
Quero tua nudez pura, encontrando a
minha, tornando-se una.
Quero teu abraço respirando
com o meu, no mesmo compasso.
Quero, por fim, que sejas meu,
mas lentamente...passo a passo.
Não te apresses, quando o fores,
dite-ei o o que ameaço e ainda não faço.

Puros anseios

Quero meu corpo
coberto não só de desejos,
mas de muitos anseios.
Que a mão que o percorrer
não seja só de carícias,
mas de muitos carinhos.
Quando ela nele passear
encontre a simples resposta
dele a ela se entregar,
como a flor que se enternece
com o bicar dos passarinhos.

Camuflagem

Universo, transmuta em mim
essa alma romântica.
Dá-me a razão dos sensatos.
Tira-me o gosto pela sã loucura.
Põe frieza em meu coração,
só assim, talvez, quem sabe,
sofrerei menos amargura,
caminharei em liberdade,
pelo campo dos chatos,
que se espantarão com minha bravura,
distraindo-se com camufladas mentiras,
de minha íntima verdade.

Quem sabe?

Quando haverá sorrisos
em boca umedecida,
pelo luar de certo olhar?
Quando haverá cantos de alegria,
vinda do coração,
que o outro assobia?
Quando acontecerá saltos por campos
verdejantes?
Quando, afinal, um e outro
serão amantes,
do improviso, da surpresa,
do inesperado, do lado a lado,
de mão na mão, olho no olho,
dois no ninho,
finalmente, se encontrando
no mesmo caminho...

Tempos idos e vindos

Essa tristeza que me invade,
sem pedir licença,
vem de longe,
dos tempos medievais,
dos amores em frestas
de janelas cadeadas,
quando o mancebo tentava,
jogar beijos à sua amada.
Nela não chegava,
batia na madeira
e a êle retornava.
Porque já vive em tempos
madrigais?
Ainda me assustam
e por vezes me consomem
demais...

Algo no ar

Cheiro no ar,
um quê de tristeza.
Vontade de chorar,
esquecer de mim,
e ser trigreza.
Como poderei fugir,
se tenho certeza,
que a carregarei
junto a mim?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O real sonho?

Sim, gostaria de ter um namorado,
exatamente como antigamente:
Que me trouxesse flores,
fizesse serenata,
cantasse a mim louvores,
dizendo ser eu sua única amada.
Sim, gostaria de ter um namorado,
exatamente como antigamente:
Que ao ver só meus pés já me amasse,
Um pouco do meu colo lá seus
olhos deixasse.
Que meus suspiros neles entendesse,
a súplica clemente dos meus desejos
e deles se enternecesse e tivesse
a paciência para esperar pelo momento
que a êle por fim me entregasse.
Sim, gostaria de ter um namorado,
exatamente como antigamente...
Piegas, romântica, ultrapassada,
inocente, ingênua, tola...
Nada disso, apenas uma escritora
que busca nas palavras sentido
para escrever o que deveras sente.
E para quem ler,
sentir com coragem de viver
esse sonho quimérico, nunca
real, mas sempre perseguido.
E se fosse verdade o tal namorado?
será que não seria um prêmio
divinal, finalmente conquistado?
Hum...quem poderá saber?
Quem ao acordar , senti-lo ao lado!
Eros e Psiquê? Talvez...

Vem ou vai

Vem, segura-me a mão,
só a mão, já me basta.
Mas não me olhes assim,
fico sem graça.
Vem, dá-me teu braço,
e segura meu cansaço.
Vem, dá-me o silêncio
que diz tudo.
Só não venha
se não entender o que peço,
e sentir ser tudo absurdo.
Vá, por mais que eu
ainda o queira.

Divagando

Sou carvalho quando sofro
podas para crescer.
Sou bambu quando me curvo
na humildade do aprender.
Sou flor quando sorrio
para o sol no amanhecer.
Sou terra quando abro-me
para sementes do cultivo.
Sou chuva quando escorre
pelo rosto certo agito.
Sou montanha quando miro
o horizonte e acredito,
que muito além,
há quase tudo que ainda não sei!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Só sei...

É madrugada fria,
mas dentro de mim
tudo arde.
Chamas consomem
minha auto-estima,
não quero que assim seja,
quero calma e harmonia,
mas não me deixam,
te-las e as chamas continuam
e minha alma agora arde também.
Viro e reviro-me do direito
para o avesso, já não me entendo.
Tudo está confuso, tudo claro,
mas também escuro,
fogo vermelho, carvão preto.
Preciso aguentar passar por
este gargalho que me oprime,
que sufoca e me desentende.
Finalmente, grito:
Chega! Deixe-me parir idéias,
correr campos, molhar-me
nas lágrimas que choro e
me limpo...chega.
Vá, não dá mais para continuar
no que não mais acredito,
não sei se é justo, sinto muito,
essa ardência deu-me a clareza
de que o que preciso e muito
é ser eu...eu só sei amar!

sábado, 6 de junho de 2009

É assim...

Quando bate essa angústia,
dentro de mim, fico como
mosquito em volta da lampada,
rodando, rodando, buscando,
a luz da compreensão, do entendimento,
para afugentar esse mal estar que ela
me traz...
Mas, parece não adiantar, quanto mais
procuro menos encontro, parece até,
que ela vem para ficar...
O que fazer?
Sinto tudo ao mesmo tempo:
vontade de chorar, de amar, de rir,
de gritar, de enroscar...
Será que se eu tivesse, agora,
ao lado, alguém para enroscar,
ela iria embora, para não mais voltar?
Eis o resultado da angústia: grande enrosco:
O que tenho no momento é um tronco tosco,
que me serve de apoio prá não desmoronar.
Mas daqui a pouco acho um jeito de a enganar.
Fingindo chorar, vou arrumando a alma,
instalando no meu coração a calma,
que me dará esperança de voltar a alegria
parecida, neste momento, perdida.
Saí toco , saí enrosco, saí desgosto,
quero-me como vim para este mundo,
nua de anseios, de desejos, de preconceitos,
de amores desfeitos.
Vestida de dons celestiais para Ser e assim...
Sou: ansiosamente louca para viver
o instante presente...sempre !

terça-feira, 26 de maio de 2009

Quizera

Quizera ser árvore:
dando-te sombra em
teus descansos.
Quizera ser água:
matando tua sede
de conhecimentos.
Quizera ser terra molhada:
refrescando teus pés,
nas caminhadas.
Quizera ser fogo:
acendendo teus desejos.
Quisera ser ar:
levando-te voar,
buscar teus sonhos.
Quizera ser vela
que acendes,
frente a ela, ajoelhando-se.
Quizera, por fim, ser o incenso
que teu corpo envolve,
inebriando-me deste momento,
denso e tão intenso.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cuidado

Todo cuidado é pouco
para quem acredita
em anjo.
Há certas criaturas
que se isso sabem,
só fazem torturas e
nos deixam atormentados.
São pobres coitados,
endiabrados,
não aguentam, não suportam,
vão logo tentando estragar,
gestos de ternura, a êles impossível
dar...
Todo cuidado é pouco,
quando somos maravilhosamente,
loucos elegendo anjos para amar!

Anjos

Quem disse que anjos não existem?
Outro dia, sentou-se um ao meu lado.
Ficou a fitar-me muito tempo...calado.
Sentí um aroma suave que dele exalava.
Fiquei imóvel, só lentamente respirava.
De repente, suas asas abriram-se,
carregando-me a um mundo que desconhecia.
Havia canções, danças e muita alegria.
Fiquei extasiada de tanta maravilha.
Tentei falar, quero ficar.
Êle respondeu, este é seu lugar,
apenas, vim mostrar.
Agradecí e pedí, volte outra vez,
preciso de você , para bailar, cantar...
Disse o anjo: Voltarei.
Eu digo: Esperarei.
Quem disse que anjos não existem?
É só acreditar!

A estrelinha

Olho para o céu,
sopro nuvens cinzentas.
No intermeio, uma estrela.
Ajoelho, faço prece.
Nos lábios um sorriso.
Ela pisca para mim.
Desejo atendido suponho,
na infância era assim.
Crescida sou, sei.
Esse é para a criança,
que amo dentro de mim.

Outro

O ar poluído é terrível.
Dá alergia, sufoca, irrita.
Não há remédio que dê conta.
Não adianta máscara, nada.
O que resolve é mudar,
sair de perto, ir para longe...
Há quem saiba amar
e que nos deixa respirar!

Por fim

Tento diluir o que me consome.
Jogo ao vento minhas indecisões.
Espero que êle as leve para um
lugar distante...
Além do horizonte.
Não quero mais te-las,
mas se retornarem,
torno a jogá-las,
possível, à minha frente,
e ao ve-las quero
pisá-las, reverte-las
em musgo, plantando,
certezas, muito suadas,
adubos de minha alma,
sentindo minhas inspirações
por fim...realizadas.
Aspirações alcançadas.
Eis-me, com asas aladas,
rumando para o infinito,
soltando sufocado grito:
Liberdade!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dúvida

Preciso exalar toda dúvida
que há algum tempo me persegue...
Devo ou não devo...
Faço ou não faço...
Quero ou não quero...
Digo ou não digo...
Espero ou não espero...
Calo ou falo?
Hum...que tortura,
não sei...
Fico, ainda, nesta amargura.
Só por hoje?
Ou amanhã também?
não sei...

Se soubessem

Não adianta, há seres (quiçá humanos)
que não sabem amar
e não querem ser amados.
Fingem, negam...
Chegam a ser de certa forma
até engraçados, quem sabe,
eternos palhaços,
gargalham por fora,
chorando no dentro.
Que judieira...têm medo,
infelizes, não sabem que
a verdadeira razão no viver
sorrindo, ou até chorando, é ir amando e simplesmente...
Ser...

Surpresa

Hoje acordei como paleta
de pintor de vários quadros.
Nela, mistura de cores caótica.
Não sei mais onde está a esperança,
o sol, a paixão, o amor, o céu, a terra,
a fé...tudo está cinzento, confuso.
Tento mudar o que sinto.
Esfrego, limpo, coloco a cor
que no momento preciso...
O branco trazendo paz,
ao meu turbulado espírito.
Amanhã, quem sabe,
pintarei um quadro,
bem colorido,
ou um por vez,
com cor que tirarei
de cada dia que sonharei.
O que? Ainda...não sei!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Caso ou acaso

Ela pressentia que um dia,
algo aconteceria.
As despedidas eram sempre
beijinhos de lado...ambos
calados.
Eis que chegou o dia
pressentido, desejado,
querido, mas secretamente,
calado...

Ao encostar, como sempre,
seu rosto ao dele,
ela sentiu que
a face dele encurtara,
sua boca, na dela se aproximara...
Um beijo rápido molhado,
delicadamente, marcado,
deixara...
Quando voltou a sí do encanto
e do espanto...
Exclamou, por dentro: preví, aconteceu,
quero mais, quero mais,
quero tudo, quero...tanto!!!
Mas, despediram-se, como se fazia
antigamente...os dois sorrindo
timidamente...
O que acontecerá em outro dia?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Complicada

Complicada não é a vida.
Complicada é a criatura
que não consegue
deixar de ser romântica,
e não quer ser curada
dessa loucura,
que muitas vezes lhe causa
intensa tortura...

Encontro verdadeiro

Quando duas almas
se encontram em cúmplice
sincronicidade,
suas mãos que não mentem,
se unem, se beijam,
em profunda simplicidade.
O coração, então,
sente, badaladas,
de instantes de felicidade.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Breve prece

Quando chegas...Luz.
Quando vais...velas se apagam...
Então...fica,
E deixes aceso meu santuário!!!

Quem será?

Sinto em certos momentos
um amor tão intenso,
difícil de explicar...
Percorre meu corpo,
corre em minhas veias,
esconde-se em minhas entranhas
complexas, estranhas.
Amor tão imenso,
não consigo conte-lo,
o coração fica pequeno,
não o consegue abrigar.
Então em compulsiva fúria,
de chamas ardentes,
derramo em folhas,
versos pendentes,
o que não consigo
ainda clamar!