segunda-feira, 22 de junho de 2009

Refletindo

Ela nasceu bonitinha,
dizem até, bem gordinha.
Era engraçadinha,
parecia até linda bonequinha.
Alguns anjos dela se cercavam.
Um de cabelos brancos,
que corria encontrá-lo,
para ouvir embalos,
quando pegava o violão,
para nele tocá-los.
Para ela, era serenata,
enviada dos céus para encantá-la.
Um dia, ele se foi...
Que triste dia, como ela chorava.
Outro anjo, era severo demais,
tudo proibia, e a ela sufocava.
Não entendia nada e teimava,
em fazer as coisas que gostava,
e era só bronca que levava.
O terceiro anjo, ao outro acompanhava,
mais distante, mas também bronqueava.
Ela foi crescendo, ficando em altura,
maior que os dois que ainda queriam
nela mandar...
Mas já não conseguiam, ela queria
aprender a andar sozinha.
Quantos trambulhões, quantos
buracos caia, pois ia indo e
não os via...
O tempo foi passando,
ela tentando amadurecer,
querer mostrar que já sabia,
o caminho a escolher...
Os anjos, tentavam,
ver se conseguiam faze-la
aceitar, no que teimosamente
não queria acreditar.
E foi seguindo, o que pensava
ser seu verdadeiro caminho.
Valeu-lhe nesse primeiro caminhar,
uma linda fadinha ganhar,
de cabelinhos claros,
com fios amarelinhos,
que fazia seu coração cantar.
Mas entre risos, houve lágrimas,
e ela começou a lembrar,
o quanto não ouvira o anjo,
que apenas a protegia,
e no silencio suas amarguras sofria.
Quando isto compreendeu,
começou profundamente,
sua mãe amar.
O outro anjo, um dia adoeceu,
tanto peso colocou em suas asas,
infelizmente feneceu.
Ao cuidar desse anjo,
hora a hora, todos os dias,
começou a compreender,
o quanto por sua infelicidade temeu,
e profundamente, amou
o pai que era o anjo seu.
Seguida essa perda,
pensou encontrar o caminho
no qual iria se realizar,
o que sonhara desde adolescente
ter um amigo , um confidente,
que pudesse crescer juntos,
material e espiritualmente,
sonhos sonhados juntos,
projetos concretizados,
sem brigas e sem atalhos.
Valheu-lhe nesse segundo caminhar,
outra linda fadinha ganhar,
cabelinhos da cor da graúna,
pele branca como a neve,
olhinhos de jaboticaba,
que adoçam quem olhar.
E ela começou a querer ser anjo
também, como foram seus pais.
E viu que a história era parecida,
incrível pensou: Como é a vida!
Suas fadinhas cresceram, criaram
asas,também voaram...
Querem caminhar sozinhas,
querem saber tudo, e o tolo anjo
tentando faze-las continuar fadinhas.
Ela (anjo) agora, tenta se conformar,
viver seu próprio mundo, adentrar
em sí mesma e perceber que de tanto
oferecer, acabou esquecendo como
é bom receber e agradecer...
Pode ser este o começo de uma nova história, talvez.
Não se importar com acertos ou com glórias,
Viver o presente gangorrando
entre loucura e sensatez...!

Um comentário:

Lara Moncay Reginato disse...

Que lindo anjo minha amiga é!
Nunca esqueça que mesmo os anjos precisam de tempo para si e voar, voar muito!

Te amo
Beijocas