sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

História da vovó escadinha

A barriga dela foi crescendo,
avolumando-se, lá dentro
lá estava uma nova vida se formando.
E eis que veio o nascimento.
O primeiro filho de minha filha Carol.
Aí, comecei a sentir algo que minha mãe sentia:
Ser avó.
Há 9 anos, exatamente, hoje, tornei-me vovó.
O que abriu o caminho: Lucas,(Feliz Aniversário) o fofo Guilherme.
Para arrebatar os dois ,num grande laço minha fillha Dani gerou
Isadora, a princezinha.
Que os anjos protejam meus anjinhos.Amém.

um dia depois do outro

Olho para a folha em branco.
Nada vem de inspiração.
Minha respiração acentua-se.
Sinal de tristeza.
Tristeza do que? De quem?
Não sei ou não quero saber.
O que sei é que, agora,
a folha preenche-se
da tristeza que não consigo
mandar embora.
Então, pego tela, pincéis,
pinto uma lágrima cinza,
escorrendo pelo meu rosto
sem sorriso, caindo em minhas
mãos sem abrigo.
É entardecer, a noite vem vindo.
Olho o que pintei e digo:
Amanhã quero pintar alegria,
que venha o outro dia!

domingo, 25 de setembro de 2011

Breve cismar

A primavera chegou.
O tempo brinca com ela.
O céu está cinza e o vento sopra forte.
As flores, então, abertas, fecham-se
na espera que esse tempo mude.
Os pássaros voam rápidos e voltam
para seus ninhos, um tanto tristonhos,
apenas piam, não cantam.
Hoje, estou assim, primavera por dentro,
aninhada por fora.
Amanhã, com certeza, muda o tempo,
muda tudo...o tempo...o tempo...e dizem
que quem espera sempre alcança,
tempo de esperança.Assim seja.

sábado, 24 de setembro de 2011

Robóticos

Há pessoas que só sobrevivem mesmo!
Não vivenciam as estações do ano,por exemplo,
nem sentem que a primavera chegou.
Apenas arrancam mais uma folha do calendário.
Delas tudo já foi arrancado ou nunca foi colocado.
Tornam-se vítimas de sí mesmas.
São amargas, nada amenas.
São robôs, disfarçados de humanos.
É preciso certo cuidado, porque essas pessoas,
infelizmente, podem causar danos.
Vivamos, tocando nossa sinfonia afetiva,
melodiosa e feliz ... nossas almas serão assertivas.
Os robóticos...que se danem!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ouço um tango e meu corpo delira.
Agora, um jazz dá o compasso que gosto.
Meus pés batem no chão tentando
tornar-se bateria com o som do surdo.
Olho pela janela e fico a cismar,
deve ter gente estressada,
acabada com essa poluição,
agitada e em ebulição.
Ah! se parassem um pouco que fosse
e lembrassem que amanhã botões
de todas as flores se abrirão,
Sampa, com certeza, seria
menos cinza.
Volto, para o meu jazz e meu tango,
na esperança das flores se abrindo!

Primavera

Ah! Como eu amei naquele começo de primavera.
Meus pés descalços namoravam os dele esborrifando
as folhas caídas ao chão despedidas do outono.
Ah!Como eu amei naquele começo de primavera.
Minha mãos tatuavam o corpo dele, com areia
fininha que escorria entre meus dedos,
marcando meus mais íntimos desejos.
Ah! Como eu amei naquele começo de primavera.
Meu corpo escondia-se do dele, por entre os lençóis
de algodão cheiroso saído dos campos.
A barba dele roçava meu rosto, que enrubescia,
como morangos deliciosamente maduros.
Ah! Como eu amei naquele começo de primavera.
Faz tempo? Muito? nem sei e não me importa.
O que até hoje me dá sabor é que a primavera, novamente, chegou.
E por certo, sempre se ama...na primavera.
Pássaros e flores tornam-se nossos amantes.
E como magia atraímos os semelhantes...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sem aviso

Hoje, ela nem avisou que viria,
sempre dá um sinal.
Mas, hoje quem diria,
veio e deixou-me mal.
Não gosto de ser invadida,
pegar-me desprevinida,
é ousadia, e das danadas.
Gosto de ser avisada,
ou mesmo atrapalhada,
mas aí sou eu que quero,
que permito, que admito.
Quem você pensa que é,
dona de minha alma,
a mandona de meu espírito?
Pois está enganada,
não quero te-la, hoje, dentro de mim.
Hoje, dentro de mim,
quero canções alegres,
quero sopro de serafins,
quero lua prateando a calçada,
quero ser amada, abraçada,
beijada, deitar na cama,
suada de tanto transpirar
ternuras, loucuras,
amassos moleques e travessos.
Porisso, vá embora,
saia de mim, agora,
e só voltes, quando eu precisar
chorar, por qualquer coisa ou por nada.
Entendeu? Tristeza safada,
senão vou me desesperar!