segunda-feira, 29 de março de 2010

Lua cheia

Hoje ela está plena...
nenhum pedacinho lhe falta.
Está grávida na órbita celeste.
Aqui embaixo, deixo-a possuir - me por inteira.
Sinto-me iluminada, amada lua cheia,
obrigada!

Vivência

Mergulho no meu dentro...
Perco-me em indagações...
Que mulher é essa que hoje me habita?
Onde está aquela destemida, brava, corajosa?
Por que escondo meus verdadeiros potenciais?
Medo, mesmice, ócio, pasmaceira?
Porque passei de primeira à última fileira?
Bela adormecida? Cinderela beijando sapos?
Estou sentindo que deixo meus sonhos em trapos.
Esta na hora da virada, transmutar-me? Ou resgatar-me?
Ora, os dois com certeza!
Transmutarei o que em mim apodrece,
resgato a essência que me enobrece.
Acordo! Que pesadelos terríveis!
Que bom te-los, se existo, nada temo,
melhor, ainda, vivo para resolve-los!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Confesso

Ela foi chegando mansamente,
devagar me contemplando...
Será que ainda me ama,
como antigamente, ou esqueceu-se
de mim, definitivamente.
Para saber, só possuindo-a e
assim, tomou-me inesperadamente.
Caí nessa vertiginosa posse e esparramei-me
entre tintas coloridas, papéis , livros,
filmes, gritos tantos, prantos, risos loucos.
Ela voltou, finalmente revivo,
sou eu com minha amada alma de artista,
liberta do julgo de inúteis grilos
que permeavam meu juizo, fazendo-me tola,
aprisionando-me em grilhões malditos de
hipocrisia e luxuria quimérica que desacredito.
Amada , tardaste, que falta me fizestes...
Sem tí sou nula e nua.
Adentra-me e me revestes...
Como o mar faz com a lua!