Hoje é sábado e me trouxe saudade...
Saudade de minha rede
pendurada na varanda,
onde meu corpo moldurava sonhos,
confundindo-se com as colinas verdejantes,
distantes lá no horizonte,
o sol espreguiçando-se, recolhendo-se,
dando passagem á noite,
beijando sua amiga lua.
Saudade da minha rede,
onde meus ouvidos escutavam
o canto dos passarinhos,
que iam buscar seus gravetos,
para aquecer a companheira,
formando também sua rede.
Saudade de meus pés descalços,
a terra umedecida, pelo esquicho,
confundindo-me em bica d'água.
Saudade de minhas mãos na terra,
limpando-a para o cultivo de lírios.
Saudade do cheiro de madeira,
que vinha da morada, misturando-se
com os pinheiros que à volta cirandavam
qual crianças soltas e felizes.
Saudade de um sonho que por insensatez
derrubei-o de minha vida, ferindo-o
como árvore centenária.
No agora, quando ando pelas ruas,
enfileiradas de edifícios concretados,
sinto o quanto rasguei minha alma,
e o quanto tornei-me, naquele momento,
tão desconhecida de mim e tão perdida.
Saudade, sem fim, por certo.
Mas para tudo se tem conserto,
e neste sábado, ao dobrar meus joelhos,
agradeço ao cosmos esta confissão e
peço, acreditando, muito mais em mim
do que outrora o fiz, que receberei,
outra chance e saberei curtir...
Aprendi que isto chama-se reconstruir!
sábado, 13 de dezembro de 2008
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2 comentários:
É amiga, avida é cheia de acertos e erros e é isso que faz com se cresça, com que se aprende mais de nós mesmas... Com certeza terás inúmeras chances de ter uma rede, não a que foi, mas novas com novas cores, novos verdes, novas histórias.
Te amooo.
beijocas
Obrigada, querida,um dia. ou noite, esperarei por tí numa nova rede para contar-lhe histórias que escreverei com tons verdes.Beijinhos.
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